sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Sobre mim


O meu nome e Catarina Isabel Guerreiro Santos Afjal e sou só uma pequena pessoa num mundo enorme de desigualdades e indiferenças de mentiras e conclusões precipitadas. 


Vivo no Algarve mais precisamente em lagoa e sou casada com um muçulmano, cidadão de Bangladesh, tenho dois filhos, um menino e uma menina (Ariana e Al-Noor) e este blog e só um passatempo em que vos falo um bocadinho de como e a vida de duas pessoas tão diferentes pois eu sou portuguesa e origem quase alentejana de uma aldeia minúscula de mentes fechadas e hoje uma mulher sem qualquer crença em nenhuma religião casada com uma das pessoas mais religiosas que conheci.

E-Mail: catarinaafjal@gmail.com

Perguntas e Respostas


Pergunte o quiser e responda o que quiser com respeito pelas opiniões contrárias!

Muçulmanos e Bangladesh

Historia da Minha Vida

A história que vos vou contar não é para vos mostrar tristeza ou pena é só uma introdução da minha vida para entenderem até onde eu cheguei e de onde eu vim. Mostrando que tudo é possível com muita força de vontade e que o passado não define o presente de ninguém.


Passado
Eu nasci numa família totalmente disfuncional que de onde eu me lembro nunca ninguém conseguiu ser feliz, onde nenhuma criança soube o que e amor de mãe ou pai.
A minha família era composta por mim, minhas 3 irmãs (Luisa, Beatriz e Leonor) meu pai e minha mãe. Meu pai sempre trabalhou no que aparecia para ganhar dinheiro, para sustentar a família e minha mãe sempre sou só gastar dinheiro e ficar fechada no seu quarto para além das consecutivas tentativas de suicido. Nós sempre fomos como os animais, as irmãs mais velhas cuidavam das novas conforme podiam e ainda hoje é assim, meu pai saía para trabalhar assim que o sol nascia ou por vezes ainda não tinha nascido e minha mãe nem vê-la pois estava sempre trancada no seu quarto, para nos não a chatearmos como ela dizia e isso era quando ela simplesmente não saía e nós ficávamos sozinhas em casa a mercê da sorte de alguma de nós ter um pouco de maturidade para conseguirmos sobreviver, no meio disso tudo ainda tínhamos um longo e interminável processo em tribunal, pois nossos bisavós sabendo que nós não vivíamos felizes com os nossos pais tentaram de tudo enquanto poderão para ficarem com a nossa guarda.
Na escola sem termos o que os outros tinham como roupas novas, sapatos de marca, matéria escolar top, mochilas de marca, tecnologia de ponta, etc... éramos gozadas e todo o mundo fazia pouco de nós, ainda o fazem com as minhas irmãs mais novas que ainda frequentam a escola claro. Por causa disso nunca tínhamos amigos ou se tínhamos eram como nos gozados e feito bullying como a nós. Com o tempo como qualquer outra pessoa arranjamos meios de protecção e não ligar para isso, o meu por exemplo foi a biblioteca fez com que crescesse um gosto pelos livro e escrita, pelas series e pelos filmes esse passou a ser o meu refugio ainda o hoje o é quando estou triste ou deprimida os livro passaram a ser os meus melhores amigos.
Como nossa mãe não queira saber de nós tínhamos de nos desenrascar como podíamos tanto em limpeza como em refeições, pois de outra forma morríamos á fome ou na imundice, pois ela não queria de todo saber, simplesmente se ela não fazia comida, eles iam jantar ao restaurante e nos ficávamos sozinhas em casa e inventávamos qualquer coisa para podermos comer. Para meu azar ou sorte não sei a minha irmã mais velha nunca foi grande coisa nem de limpeza, nem de cozinha, coisa que eu acho que ela herdou da mãe, assim  sendo sobrou para mim. Como tínhamos medo (coisa que nos fizeram ter) de as assistentes sociais irem la a casa e estar suja nos iríamos para uma instituição e nos iriam separar, nunca mais nos víamos, então eu tentei o mais que pode crescer á força e virei a mulher da casa, eu limpava, eu cozinhava, eu estuda e ainda trabalha nas obras como servente para o meu pai ou como baraço que carrega cortiça quando era Verão e fazia de tudo para ganhar uns trocos para poder comprar alguma roupa, os livros da escola, o material escola e ter alguma coisa que comer por vezes. Será que me arrependo? Não eu, não me arrependo de nada do que fiz, seja o bem ou o mal pois tudo o que fiz, fez de mim quem sou.
Para fugir a vida que tínhamos minha irmã engravidou, depois de os meus pais a terem convencido a fazer um aborto ela engravidou de novo para fugir a esta vida dando a luz a minha princesa Rebeca com o qual minha a mãe a pôs fora de casa porque ela nao quis aborta pela segunda vez, que hoje vive com o pai pois acabou por ser ele a cuidar dela, pois depois de muitos encontroes pela vida minha mana se juntou com um primo nosso afastado com quem vive ha 6 anos e com quem tem 3 filhos os meus sobrinhos (Susana, Tiago e o André).
E eu para fugir a minha família por algum tempo decidi ir para a escola mais longe de onde eu vivia que pode, e isso foi em Portimão, onde por infelicidade conheci o meu primeiro namorado o que se mostrou ser uma desilusão, depois decidi começar a usar os homens, conforme me apetecia por isso usei um rapaz durante um tempo até encontrar no facebook o estupor que acabou por ser o pai da minha filha Ariana, ela sim mudou a minha vida, pois tal como a minha irmã, eu tive de sair de casa para poder manter a minha filha viva, por mais que a minha mãe tenha me atirado uma cadeira para tentar que eu tivesse um aborto, ela não conseguiu e eu sai de casa para ir viver com o homem que salvou a minha vida para além da vida da minha filha, o avô dela Carlos, pai do pai dela. Este homem incrível deu-me casa e tudo o que podia para eu ser feliz, mas apesar de tudo a casa onde vivia não tinha condições para eu viver lá e então procurei ajuda na CPCJ porque eu ainda era de menor, tinha 17 anos, a CPCJ enviou me para uma instituição de mães adolescentes na Amadora. Vivi lá por um ano e meio (6 meses de gravidez e um ano da minha filha) trabalhei, juntei dinheiro e o avô dela deu-me dinheiro, a minha filha teve tudo o que eu pôde dar-lhe, tudo excepto um pai porque esse nunca quis saber dela só quer saber de bebida e droga.
No intermédio de eu sair de casa e ir para Lisboa a minha mãe decidiu trair o meu pai com aquele que e o avô da minha filha e assim eles se divorciaram e o meu pai ficou sozinho com as minhas manas mais novas, mas também não ficou sozinho durante muito tempo. Encontrou aquela que é a minha atual madrasta uma mulher doente que não é capaz de cuidar dos próprios filhos, pois estes estão entregues a mãe dela, pois ela é uma alcoólatra incurável, já fez tratamento inúmeras vezes, mas nunca teve nenhum resultado positivo ela adora fazer as minhas irmãs de sacos de pancada de cada vez que se embebeda e rouba bebida onde quer que seja, lojas, casas de amigos, etc... minha irmã mais velha vendo como ela era, avisou o meu pai mas ele não acreditou por isso o meu pai cortou relações com ela. 
Quando sai da instituição vim viver para Lagoa, onde vivi com o filho mais velho da minha madrasta, a pior decisão da minha vida, pois ele acabou por se mostrar ainda pior que o pai da minha filha, um alcoólico e drogado que quando em um desses estados bateu na minha filha, tendo eu de expulsá-lo da minha casa a meio da noite. Nunca mais o vi e ainda bem não prendo, foi a pior pessoa que eu conheci até hoje, assim sendo entendi que nada melhor que eu ficar sozinha com a minha filha. Precisei de ajuda e fui pedi-la ao avô da minha filha como ele sempre me tinha ajudado esperava contar com ele, mas a minha própria mãe não deixou ele ajudar-me sabendo que eu estava numa situação muito muito má e aí acabou definitivamente qualquer relação que eu pudesse ter algum dia com ela, pois eu não estava a pedir para mim mas sim para a minha filha que não tinha culpa de vir ao mundo. Mas a vida como mãe solteira não é fácil, pois eu nunca recebi dinheiro nenhum do pai dela e as contas começaram a ser muitas até que um dia um amigo meu que trabalhava comigo me falou de uma miúda que estava numa situação muito difícil, mas sabem o ditado quando se está mal, não se deve por pior, mas foi o que eu fiz. Consegui aliviar as contas e arranjar uma casa boa para nós vivermos, mas vivia com uma cobra a qual eu chamava de irmã, sempre me disseram que nem tudo é o que parece, e nesta situação foi exatamente isso que me aconteceu, ela acabou por virar namorada do pai da minha filha estar gravida dele vivendo numa situação miserável mas é como dizem o karma é forte e cá se as fazem cá se as pagam.
Fiquei só com a minha princesa e com aquela a quem eu chamo Mãe, a pessoa que me ajudou mais que qualquer uma, a minha Mãe de coração Faby, ela sim foi um milagre na nossa vida, passou de ama da ariana a minha confidente e conselheira até á a pessoa que mais confio.
Um dia na Praia de Carvoeiro um rapaz diferente se aproximou de mim quando eu estava a chorar para me perguntar se estava tudo bem, claro que de inicio estranhei, o porquê de esse rapaz vir falar comigo, ainda por cima num português meio inglês com um acento tão exótico. Mas ele me disse que havia tempo que andava para falar comigo, pois tinha se apaixonado por mim num só olhar, claro que não acreditei, pois isso só acontece em filmes, mas havia algo nele que me intrigava um tom de pele castanho suave e uns olhos castanhos quase negros que me fascinavam, não sei se me apaixonei pelo olhar ou pelo bom coração que rapaz tinha, mas sabia que não podíamos ter futuro juntos pois eu não era mulher para ele. Esse rapaz era muçulmano e eu uma simples pessoa sem crença alguma que de nada entendia acerca da sua religião ou de qualquer outra, marcada pela vida de maneiras que ele nem sonhava. 
Mas então ele me pediu para ser só meu amigo e eu aceitei de certa forma eu estava curiosa para saber mais acerca dele, uma coisa leva á outra e nos entendemos melhor que qualquer outra pessoa que eu tenha conhecido, pois ele era um rapaz muito inteligente que se podia ter conversas durante horas e mais importante ele não me amava pelo meu fisico como é normal em todo o homem, ele me amava pelo que eu era como pessoa e assim cresceu o nosso amor. Mas não podíamos namorar como é habitual em Portugal porque assim como vim a descobrir isso é um desrespeito e um desonra para ele e para a família e eu jamais faria-lhe tal coisa porque eu o amava demais.
Como solução para o nosso problema ele me pediu em casamento para podermos viver o nosso amor sem nenhum problema, mas uma questão me assombrava será que ele ira me amar para sempre sim porque se eu casasse teria que viver com ele para sempre, pois de contrario destruiria a sua vida. Não e fácil nem difícil viver com um muçulmano é sim uma questão de respeito mútuo e de amor da parte de ambos, respeitar a cultura e as diferenças e mais importante apoiar essas mesmas diferenças tomando decisões conjuntas e querendo o melhor de cada um.
Assim casamos e eu disse lhe que se queria ter filhos teria que ser agora  pois eu nao queria ter filhos muito mais velhas então decidimos ter um filho o nosso Al-Noor a luz da nossa vida um menino fruto de um grande amor.